Quando um paciente relata que tem dificuldade para evacuar é importante saber quando este sintoma está relacionado a problemas mais sérios ou apenas a um quadro de evolução benigna.
A constipação, na maioria das vezes, está relacionada a vários fatores que não se resumem apenas à dieta. Grande parte da população, ao assumir hábitos saudáveis de vida, como atividade física, alimentação rica em fibras e hidratação adequada, consegue ter o hábito intestinal regular e não sofrer para evacuar.
fonte da imagem: http://www.medicaldaily.com/constipation-pain-starters-what-would-happen-if-you-didnt-poop-weeks-317602
O hábito considerado normal varia de indivíduo para indivíduo e até em um mesmo paciente, dependendo da idade, sexo, atividade diária, dieta, estado emocional, ambiente, entre outros. Os profissionais de saúde costumam caracterizar como hábito intestinal adequado o movimento evacuatório sem esforço, de maneira completa (sensação de reto vazio), com bolo fecal bem formado e de três vezes ao dia até uma vez a cada três dias.
As pessoas que apresentam estas características podem começar, ao longo do tempo, a gerar sintomas como desconforto, dor e distensão abdominal, irritabilidade e mal estar. Ademais, a prisão de ventre pode ser fator predisponente para doenças anais como fissuras, hemorroidas e abscessos (visite nosso Blog para informações sobre estes temas). Nem todo paciente que evacua com mais de três dias de intervalo tem o intestino preso; estes parâmetros são considerados como orientadores da prática clínica e são avaliados pelos profissionais médicos, juntamente com outros fatores antes do diagnóstico definitivo.
É frequente encontrar pacientes com receio da prisão de ventre como fator de risco para o câncer de Intestino (visite nosso Blog para informações sobre estes temas), todavia esta ideia está incorreta. A constipação não aumenta o risco de câncer, todavia alguns pacientes com câncer podem manifestar intestino preso. Para maior esclarecimento, são listados abaixo sinais e sintomas que, associados à constipação, devem ser considerados para procurar a assistência de um coloproctologista:
- início recente ou súbito de dificuldade evacuatória
- sangue nas fezes
- emagrecimento sem explicação
- distensão abdominal e vômitos
- alternância com diarreia
- piora gradual dos sintomas
Após a adequada avaliação do paciente com intestino preso, as medidas iniciais vão ajudar à maioria deles e foram citadas anteriormente - dieta, atividade física e hidratação adequada. Se não houver melhora, alguns necessitarão do auxílio de laxativos, os quais variam de acordo com mecanismo de ação, intensidade e volume necessário. É possível ver na tabela abaixo os tipos e características dos principais laxativos.
O coloproctologista tem como orientar adequadamente como e qual laxativo usar. O mais importante é que o paciente não espere que a constipação se torne significativa para usar o laxativo e o mesmo não deve ser usado em excesso até gerar diarréia. Esta prática é danosa ao organismo e apresenta riscos.
Outra dúvida freqüente é sobre o uso de laxativos para induzir o emagrecimento. Esta prática deve ser desencorajada, pois a perda de peso imediata gerada pela ingestão do laxativo é causada pela eliminação do bolo fecal que estava no intestino e de água, induzida pelo medicamento. O conteúdo eliminado será rapidamente recomposto pelo organismo e o peso retornará aos parâmetros anteriores, sem benefício a médio e longo prazo.
Dúvidas, críticas e sugestões: envie email para colo@mkm.com.br