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DIVERTICULOSE, DOENÇA DIVERTICULAR E DIVERTICULITE – QUAIS AS DIFERENÇAS?

No intuito de discutir sobre Diverticulose colônica e suas características, é necessário que o conceito de divertículos dos cólons seja conhecido; eles são bolsas que se formam na parede do intestino, constituídas pela mucosa, submucosa e serosa (camadas constituintes). FIGURA 1

FIGURA 1

Tradução livre da fonte da imagem: http://clinicalgate.com/an-introduction-to-diverticular-disease/

Em sua maioria, os divertículos de intestino grosso desenvolvem-se durante a vida do paciente, principalmente por uma alteração da motilidade intestinal. Esta faz com que o movimento propulsivo do bolo fecal ocorra de maneira desordenada, com contrações simultâneas que levam ao aumento da pressão no interior do órgão e a formação destas saculações. FIGURA 2

FIGURA 2

Tradução livre da fonte da imagem: http://www.iffgd.org/site/gi-disorders/other/diverticulosis/difference

As causas que iniciam este processo não são totalmente conhecidas, mas estão ligadas à idade (com a diminuição progressiva da elasticidade e força da parede intestinal ) e a dieta pobre em fibras (que diminui o bolo fecal e a velocidade do trânsito, além de aumentar a pressão interna do órgão).

Muitos pacientes se dizem portadores de diverticulite quando descobrem que tem divertículos no intestino grosso, entretanto o termo correto é diverticulose colônica (paciente com divertículos no intestino e que não têm sintomas).

Quando, no curso de sua vida estes pacientes começam a apresentar sintomas e estes sintomas tornam-se frequentes ou persistentes, consideramos que eles estão manifestando a doença diverticular.

Os sintomas abaixo são os mais comumente encontrados em portadores da doença diverticular:

- dor abdominal frequente ou persistente associada à alimentação e que pode melhorar com a evacuação ou eliminação de flatos

- sensação de gases e distensão abdominal

- alteração do hábito do intestino que pode se tornar irregular, com diarreia e prisão de ventre, intercalados

Estes indivíduos, se não tratados, frequentemente apresentam um quadro clínico que limita suas atividades diárias. A melhora dos sintomas pode ser alcançada com a mudança de hábitos de vida e uso de medicamentos específicos. Geralmente são utilizadas dietas ricas em fibras alimentares, antiinflamatórios específicos para o intestino e antiespasmódicos (relaxantes da musculatura do intestino). Com o acompanhamento adequado e tratamento individualizado, a maioria dos pacientes tem uma vida normal e com qualidade.

Os portadores de diverticulose ou doença diverticular que complicam com a inflamação dos divertículos apresentam a chamada diverticulite aguda (FIGURA 3).

Ela se apresenta com sintomas bastante característicos, que são citados abaixo:

- dor persistente na região inferior do abdome, principalmente à esquerda, de início abrupto e progressivo.

- febre

- alteração do hábito do intestino, com ou sem parada de eliminação de gases e fezes

- sensação de massa endurecida no quadrante inferior do abdome

- náuseas, vômitos e intolerância alimentar

FIGURA 3

Tradução livre da fonte da imagem: http://www.aafp.org/afp/2013/0501/p612.html

Se estes sintomas estão presentes, o coloproctologista deve ser consultado e, em caso de impossibilidade de contato, o paciente deverá ser encaminhado a um pronto atendimento. A diverticulite aguda pode evoluir para um quadro grave, com formação de abscessos intra-abdominais e até perfuração intestinal, e que pode levar a morte. FIGURA 4

FIGURA 4

Tradução livre da fonte da imagem: http://informeradiologico.blogspot.com.br/2015/08/clasificacion-de-las-diverticulitis.html

O tratamento da diverticulite envolve o uso de antibióticos, que podem ser ministrados em casa ou no hospital, punções e em alguns casos, cirurgia. Entretanto, a grande maioria dos pacientes vai evoluir bem e retornar a vida normal.

O paciente atento a saúde pode tomar medidas que auxiliam na diminuição da chance de crises de diverticulite, o que pode ser alcançado com dieta rica em fibras, diminuição do consumo de carnes vermelhas a menos de 300 gramas por semana, realização de esportes freqüentes e combate à obesidade.

Todo paciente com diagnóstico de divertículos no intestino deve ser acompanhado por um coloproctologista, pois estes quadros podem se confundir com outras doenças intestinais, até com câncer.

Em caso de dúvida ou piora do quadro clínico apesar do tratamento, o paciente deve retornar ao médico assistente ou a um pronto atendimento para reavaliação.

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