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Apendagite epiploica: entenda o que é essa dor abdominal

  • Dr. Bruno Giusti Werneck
  • 17 de ago. de 2022
  • 3 min de leitura

Não é apendicite, não é diverticulite. A apendagite epiploica é uma dor abdominal que desafia os conhecimentos e as habilidades de vários médicos. Até 47% dos pacientes com dor abdominal não têm o diagnóstico definido em uma consulta de urgência.


Isso acontece porque praticamente todos os sistemas estão representados no abdome:

  • Circulatório (vasos sanguíneos e linfáticos)

  • Nervoso (nervos e gânglios)

  • Excretor (rins, bexiga, ureteres e uretra)

  • Reprodutor (útero, ovário, no caso das mulheres)

  • Digestório (estômago, intestino delgado, grosso e reto)

Por ser um território de atuação de várias especialidades médicas, às vezes o abdome representa “uma terra de ninguém”. Uma das doenças que representa bem essa dificuldade é justamente a apendagite epiploica.


O que é a apendagite epiploica

Apesar de ser uma doença benigna, auto-limitada, ela é rara e desconhecida por muitos profissionais de saúde, o que pode gerar atrasos no diagnóstico e até riscos para os afetados.


Os apêndices epiploicos são pequenos acúmulos de gordura, extremamente móveis, em formato de pequenos sacos, aderidos à parede do intestino grosso e reto, com tamanho variável entre 0,5 e 5 cm.

A apendagite epiploica é a inflamação de uma dessas protrusões e pode ocorrer por:

  • Torção (a estrutura fica torcida e não recebe o fluxo de sangue necessário para ficar sadio)

  • Trombose dos vasos que o irrigam

Sintoma da apendagite epiploica

A inflamação causa dor, principal sintoma da apendagite. Por haver apêndices epiploicos em todo o intestino grosso e este estar presente em todos os quadrantes do abdome, a localização da dor pode se apresentar em qualquer ponto dele. Aí está a dificuldade no diagnóstico.

  • Dor no lado direito: pode mimetizar apendicite, cólica de vesícula, cólica renal, problemas ovarianos, gravidez tubária e até pancreatite e úlcera perfurada.

  • Dor no lado esquerdo: podemos suspeitar de diverticulite, cólica renal, problemas ovarianos, gravidez tubária e doenças inflamatórias pélvicas.

Causas da apendagite epiploica

Não há causa definida para a ocorrência da apendagite epiploica, mas a movimentação exagerada dos apêndices pode ocasionar sua torção e perda de irrigação sanguínea. Essa situação é predisposta em:

  • Pacientes obesos

  • Com hérnias

  • Quadro de desidratação

  • Pessoas que fizeram exercício intenso

O quadro é mais comum em pacientes entre os 40 e 50 anos, sendo rara antes dos 19 anos de idade. A experiência do médico e atenção aos detalhes é muito importante.


Como diagnosticar a apendagite epiploica

A história do paciente com relação à dor ajuda pouco, mas é raro encontrarmos pacientes febris ou com quadro de dor intensa, ou alterações objetivas catastróficas ao exame físico. De toda forma, a principal queixa é sempre a dor, principalmente localizada, enquanto vômitos e náuseas podem acontecer.


Normalmente, a apendagite não causa alterações nos exames laboratoriais iniciais. Os exames de imagem, por outro lado, permitem o diagnóstico na maioria dos casos. Inclusive, eles ajudam na visualização dos locais mais acometidos pelo problema, sendo eles, em ordem decrescente de frequência: cólon sigmoide, descendente e ascendente.


Tomografia computadorizada para apendagite epiploica

O exame de maior acurácia para a detecção da apendagite epiploica é a tomografia computadorizada de abdome, mas a ultrassonografia pode identificá-la. A popularização da tomografia computadorizada como propedêutica nos serviços de urgência permitiu o aumento do diagnóstico dessa doença.


Por outro lado, como estes exames são realizados normalmente sem preparação adequada do paciente, há uma adição à dificuldade técnica.


Conclusão

A evolução da apendagite epiploica é benigna, sem maiores riscos para o paciente. Grande parte deles só precisará de analgesia, e os sintomas cederão em torno de uma semana. Uma pequena parte dos afetados apresentará quadro mais intenso, e poderá receber antibióticos.


O grande risco, na verdade, é o diagnóstico errado, que pode levar um paciente à cirurgia desnecessária.


Até semana que vem!

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