O cisto pilonidal é um problema relacionado ao pelo que fica fora do folículo piloso. Em nosso organismo, as estruturas têm lugar certo para estar e, quando há a penetração de um fio de cabelo embaixo da pele, começa uma reação para tentar expulsar o “invasor”, ou seja, é a chamada reação de corpo estranho.
O local mais comum para ocorrer a doença pilonidal é na região interglútea (linha do meio entre as nádegas). Em algumas pessoas, o cisto pilonidal, que pode ou não estar associada à contaminação por bactérias, gera sintomas como:
Dor
Drenagem de secreção tipo pus
Abscessos
Características do cisto pilonidal
É por essas e outras que o cisto pilonidal causa tanto sofrimento e é muito mais comum do que parece, acometendo 26 pessoas a cada 100 mil, principalmente os homens. Ela foi descrita pela primeira vez em 1883, e o tratamento sempre foi voltado para remover o pelo e conseguir que a pele cicatrize por sobre a região.
Em nossos textos anteriores aqui no blog, sempre ressaltamos a importância do cuidado com a remoção de fios de cabelo pelo cirurgião durante a cirurgia e, depois, pela raspagem, depilação temporária ou definitiva. Em outras palavras, se essa limpeza não for minuciosa, a doença com certeza voltará.
Complicações do cisto pilonidal
O problema é que nem sempre conseguimos prevenir o cisto pilonidal.
A doença pilonidal consiste na formação de pequenos trajetos debaixo da pele, onde os fios ficam aprisionados, juntamente com os restos de estruturas gerados pelo processo inflamatório. Como são finos e tortuosos, a sua erradicação e toalete nem sempre é simples, sendo um dos fatores mais relacionados à recidiva do problema.
É por isso que muitos cirurgiões baseiam sua técnica cirúrgica em abrir totalmente a ferida e deixá-la aberta para cicatrização gradual. O problema é o tempo necessário para a recuperação, o afastamento prolongado de suas atividades da vida diária e as sequelas estéticas.
Tratamento minimamente invasivo para cisto pilonidal
As técnicas cirúrgicas minimamente invasivas consistem em pequenas incisões utilizadas para acessar os locais em que o pelo se encontra e conseguir retirá-los sem causar danos às estruturas próximas.
Algumas dessas técnicas nós já descrevemos em nossos posts anteriores. Hoje vamos falar especificamente do acesso por vídeo, conhecido como EPSiT - sigla em inglês que significa tratamento endoscópico dos sinus pilonidal - e o VAAPS - Ablação vídeo-assistida do sinus pilonidal.
Como essas técnicas tratam o cisto pilonidal
Ambas as técnicas envolvem a passagem de uma microcâmera por pequenas incisões, que permitem que sejam identificados os pelos sob visão direta pela câmera, o que antes era realizado pelo tato ou por grandes cortes.
O resultado estético imediatamente após a cirurgia é ótimo, e a dor é quase ausente, mas e o resultado a longo prazo, é bom?
Um dos desenvolvedores da técnica publicou seus resultados em 2019, revelando uma taxa de cicatrização de 99% e a taxa de recorrência da doença de 5,1%. O melhor foi que a maioria dos pacientes conseguia voltar a trabalhar em menos de três dias.
Outros estudos corroboram esses achados, com grande satisfação das pessoas com doença pilonidal submetidas ao tratamento endoscópico.
Custo das técnicas para tratar a doença pilonidal
O material de vídeo não é coberto pelas operadoras de saúde e os clientes têm que arcar com os custos da abordagem com mais tecnologia, o que nem sempre é possível, infelizmente.
De toda forma, devemos reforçar que os pacientes têm participação no resultado no longo prazo, uma vez que o cuidado com a erradicação dos pelos deve ser permanente.
Existem relatos de retorno do problema até 22 anos após o tratamento, e a maioria deles está relacionado ao relaxamento dos cuidados com o passar dos anos.
Cuidado constante
Isso é o mais difícil… Após um resultado positivo de tratamento, é comum as pessoas relaxarem e, assim, haver uma diminuição dos cuidados.
Como pudemos ver, os tratamentos, mais ou menos agressivos para cisto pilonidal têm bons resultados e diferem principalmente na dor do pós-operatório, tempo de cicatrização, estética e retorno às atividades diárias.
Isso é importante para você? Para muitos pacientes, sim.
Komentarze