Minha colonoscopia encontrou pólipos, quando devo repetir? Essa é uma entre tantas perguntas que recebemos com relação à frequência da repetição desse exame, como forma preventiva do câncer de intestino. Inclusive, estamos quase entrando no Setembro Verde, mês especial de conscientização sobre isso!
A colonoscopia é um dos exames utilizados para o diagnóstico e tratamento das doenças intestinais. Na sessão SAÚDE E PREVENÇÃO do site, temos uma explicação bem detalhada sobre o procedimento. Por isso, neste post, vamos nos concentrar em abordar dúvidas frequentes sobre as indicações de repetição e peculiaridades desse exame tão importante.
Como funciona a colonoscopia
O exame endoscópico do intestino grosso (colonoscopia) envolve a passagem de um aparelho, através do ânus, em toda extensão intestinal. Esse equipamento tem a capacidade de gerar imagens, em tempo real, do trajeto examinado e, assim, detectar alterações na mucosa da parede intestinal.
A utilização dessa ferramenta de enfrentamento ao câncer de intestino é um dos métodos eficazes na batalha para prevenir ou detectar precocemente essas lesões.
Outros exames associados
É preciso lembrar que a colonoscopia é apenas um dos métodos de detecção do câncer de intestino e que existem outras maneiras, como a chamada pesquisa de sangue oculto nas fezes, já publicado e que pode ser acessado neste link, e a colonoscopia virtual, tema que será abordado posteriormente.
A figura abaixo um exemplifica a aparelhagem necessária para realização da colonoscopia.
Prevenção do câncer de intestino
A colonoscopia como forma de prevenção do câncer de intestino já está bem consolidada. Ela representa uma necessidade para a melhora da condição de saúde da população. O método a ser escolhido pode ser determinado de acordo com a realidade da população estudada.
Atualmente, a idade considerada para o início desse processo preventivo é entre 45 e 50 anos, dependendo da literatura médica considerada pelo profissional. Além disso, a prevenção deverá ser continuada até os 80 anos, de acordo com a condição clínica do paciente.
Frequência da colonoscopia
Uma das dúvidas mais frequentes dos pacientes, em um consultório de coloproctologia, é justamente sobre a frequência em que o exame de colonoscopia deve ser repetido. A resposta para esta pergunta não é simples e está em constante atualização.
Ou seja, tudo que estamos escrevendo e orientando hoje é fruto dos artigos e conhecimentos médicos atuais. Portanto, eles poderão ser modificados posteriormente.
Fatores considerados para o exame
Para determinar a frequência da colonoscopia, existem ao menos três fatores a serem considerados.
Primeiro fator
O primeiro fator a ser considerado quanto à frequência do exame é a sua qualidade. Os intervalos entre a colonoscopia só podem ser considerados se o procedimento for realizado por médico habilitado, em condições ótimas de preparo e saúde do paciente.
Além disso, é essencial que tudo preencha os requisitos de qualidade em colonoscopia propostos pelas sociedades de especialidades referência.
Segundo fator
O segundo fator a ser considerado são as peculiaridades clínicas do paciente e seu histórico familiar. Isso se dá pela variabilidade de intervalos de acordo com doenças pré-existentes – isto é, doenças inflamatórias do intestino, entre outras – e a história pessoal e familiar de outras enfermidades que podem aumentar as chances de câncer.
Terceiro fator
Por fim, o terceiro fator para a realização da colonoscopia são sintomas clínicos. Apenas os pacientes considerados assintomáticos, isto é, sem sinais ou sintomas de doenças intestinais, se enquadram para a realização desse tipo de exame nas situações consideradas de prevenção.
Sabendo disso, é recomendado que o médico assistente interprete os resultados dos exames de colonoscopia e, assim, defina individualmente o intervalo de sua repetição.
Em outras palavras, o paciente que tenta avaliar individualmente os achados de seus exames pode correr o risco de prejudicar a própria saúde e perder o momento adequado para o tratamento de doenças.
Recomendação para a população em geral
Hoje em dia, a orientação para a população em geral, conforme a recomendação da literatura publicada até 2020, é de que a repetição dos exames de colonoscopia normais para pacientes assintomáticos e sem fatores de risco para câncer pode ser a cada 10 anos.
Essa informação ajuda muito a manutenção da adesão a programas de prevenção ao câncer de intestino. Isso porque a repetição com intervalos muito curtos aumenta o custo do sistema de saúde, desgasta e coloca em risco a saúde dos pacientes.
Critérios para a colonoscopia
O tempo de intervalo entre exames ou a troca da avaliação para a prevenção deverá ser definido individualmente, observando os seguintes critérios:
Qualidade do exame;
Condição clínica e conforme a idade do paciente;
Avaliação do resultado do exame anterior (quando são encontrados pólipos, inflamações e tumores, a colonoscopia deve ser realizada em intervalos menores);
Mudança no histórico familiar ou início de sintomas intestinais no paciente.
Se, no intervalo de tempo proposto pelo médico para a repetição do exame, o paciente passar a apresentar sintomas intestinais, é importante que ele seja avaliado para a possível diminuição do tempo entre exames. Alguns desses sinais incluem:
Diarreia constante;
Evacuação com sangue e muco;
Emagrecimento sem causa aparente;
Prisão de ventre;
Dor abdominal frequente;
Alteração do histórico pessoal ou familiar de doenças.
Devemos ressaltar que a consulta anual ao proctologista é recomendada para que esses assuntos sejam abordados e, assim, uma melhor decisão seja tomada a respeito da realização da colonoscopia e outros exames.
Lembre-se de que ausência de sintomas não é ausência de doença, necessariamente. Portanto, a prevenção a gente faz quando está bem!