Muitas pessoas já sabem que a dieta influencia a flora microbiana, ou intestinal. Mas como os alimentos fermentados ajudam e o que é melhor para você? Ou seja, será que além de uma dieta rica em fibras existem outras opções mais eficientes para manter o equilíbrio do seu trato gastrointestinal?
Essas questões sempre despertaram o interesse de médicos, pesquisadores e pacientes. E o que se vê na prática é que muito pouco se sabe e, a cada dia, encontramos evidências de que sempre há espaço para novas opções.
O que a ciência diz sobre alimentos fermentados?
Um recente estudo mostrou a importância dos alimentos fermentados para ajudar a aumentar a quantidade e a qualidade dos microrganismos presentes em nossos intestinos.
Os pesquisadores avaliaram o que seria melhor, uma dieta rica em fibras, e outra rica em alimentos fermentados, incluindo:
Kombucha
Chucrute
Kefir
Miso
Iogurte
Picles lactofermentado
Quais os benefícios dos alimentos fermentados?
Segundo os estudiosos, foi possível observar que a inclusão de alimentos fermentados à dieta rica em fibras ajudou na diversidade dos microrganismos benéficos presentes no microbioma, além de agir como anti-inflamatório natural.
Quais alimentos incluir na dieta?
Agora que já listamos alguns alimentos fermentados acima, falaremos mais sobre cada um deles a seguir.
Kombucha
Kombucha é um alimento produzido a partir da simbiose entre bactérias associadas à levedura (denominada Scoby) e misturado a chás. Tem muito benefício na digestão e na melhoria de alguns tipos de dermatites.
A associação desse alimento fermentado com chá-verde ou preto pode se relacionar a outros benefícios para a saúde, como controle dos níveis de colesterol, do diabetes, além de desintoxicação.
Porém, seu uso deve ser feito com moderação, sendo uma dose aproximada de 100 gramas suficiente por dia - e kombucha não deve ser a única fonte de probióticos do indivíduo. A ingestão associada a outros alimentos fermentados e à batata-doce é vantajosa.
Chucrute
O repolho fermentado, prato clássico da culinária alemã, é fonte de fibras e vitaminas C e K. Ambas ajudam na estrutura do corpo humano (pele e ossos), além de controlar a produção de fatores de coagulação e repopulação do microbioma.
O ideal é o consumo de chucrute cru e não pasteurizado, o que é pouco disponível no Brasil. Uma opção é fazer você mesmo em casa, pois o processo de pasteurização elimina grande parte das bactérias importantes para o intestino.
Kefir
Esse alimento é uma espécie de iogurte menos espesso, resultado da fermentação de leite com grãos de Kefir, que são culturas de bactérias com levedura. Além de lactobacilos, ele promove a digestão e contém vitaminas do complexo B e triptofano.
O triptofano é um aminoácido essencial, que participa da produção de serotonina, neurotransmissor muito presente no intestino e que ajuda na sensação de bem-estar.
Por outro lado, o gosto é bastante amargo, o que pode ser amenizado com adição de açúcar, canela ou vitaminas.
Miso
Mais comum na culinária asiática, miso é fonte de bactérias fermentativas, ferro, cálcio, potássio, vitaminas do complexo B e proteínas, o que pode ajudar o intestino saudável e também em pessoas com doença inflamatória intestinal.
Normalmente sua utilização é na finalização de pratos, principalmente sopas, e não deve ser fervido para que não haja perda das qualidades probióticas.
Iogurte
Bebida fermentada tradicional no Brasil, o iogurte pode aumentar a quantidade de bactérias no trato gastrointestinal, cálcio e vitaminas. Muito bom para controle de diabetes, obesidade, síndrome do intestino irritável e doenças inflamatórias.
Pode ser consumido puro, misturado com frutas e cereais ou como molhos. Sempre lembrar que os produtos naturais e produzidos em casa têm maior benefício que os pasteurizados.
Picles lactofermentado
Não podíamos esquecer do picles! Mas não se confunda… O picles tradicional é uma conserva, não fermentado. Para ter os benefícios da fermentação, o ideal é encontrar as variantes não pasteurizadas e produzidas com lacto-fermentação.
Conclusão
Existem muitas opções de alimentos fermentados e todas elas com benefícios específicos próprios, ou seja, é importante variar, pois assim os alimentos agem de maneira vantajosa e agregativa.
Sempre lembrando que fibras em quantidade adequada e hidratação são também fundamentais para manutenção da saúde intestinal.
Espero que tenham gostado do texto. O tema de hoje foi escolhido por vocês numa enquete no meu Instagram, @drbrunogiustiwerneck.
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