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Doenças inflamatórias intestinais e Parkinson: qual é a relação?

As doenças inflamatórias intestinais são representadas principalmente pela Doença de Crohn e Retocolite ulcerativa e estão associadas a grande sofrimento e até a morte de pacientes.


São doenças que não têm cura conhecida e têm sua frequência aumentada a cada ano no Brasil. E será que têm alguma relação com a Doença de Parkinson? Vamos esclarecer ao longo do texto.


Casos de doenças inflamatórias intestinais

Em um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia somente com dados fornecidos pelo sistema único de saúde, foram diagnosticados 212.026 novos casos entre os anos de 2012 e 2020 e se considerarmos pessoas que não tiveram seus casos notificados com certeza esse número é muito maior.


Ambas doenças têm seu principal acometimento associado ao intestino, seja no delgado e/ou o intestino grosso, mas, quem acredita que o problema para por aí, está muito enganado. Essas doenças apresentam um espectro de manifestações extra intestinais que vão desde lesões articulares a doenças de pele e até problemas no fígado e vias biliares.

Doenças inflamatórias intestinais e Parkinson podem ter alguma relação
Doenças inflamatórias intestinais e Parkinson podem ter alguma relação

Então, se o problema já parecia complicado, imaginem pensar que outros problemas que vão se manifestar anos e anos mais tarde tiverem relação com o diagnóstico das doenças inflamatórias em idades mais jovens. Parece que é o caso da Doença de Parkinson.


O que é a Doença de Parkinson?


Vamos começar do princípio? Doença de Parkinson é um problema multifatorial que acomete os movimentos de um indivíduo. Essa é a segunda doença neurodegenerativa mais comum no mundo.


Ela geralmente começa a se manifestar entre a sexta e sétima décadas de vida, com diminuição da movimentação, tremores ao repouso, rigidez de movimentos e posição arqueada do corpo.


Causas do Parkinson

Sua causa não é conhecida, entretanto, estudos relacionam a fatores genéticos e ambientais. Parkinson não tem cura, sendo considerada uma moléstia progressiva e que apenas pode ter sua evolução retardada e controlada.


Relação entre doenças inflamatórias intestinais e Parkinson

Por que se acredita que as doenças inflamatórias intestinais podem ter relação com o desenvolvimento da doença de Parkinson?


Há alguns anos, foi descoberto que a inflamação dos sistemas do organismo parece estar relacionada diretamente ao aparecimento da doença de Parkinson, por alterar a permeabilidade das barreiras para o sistema nervoso central do paciente.


E, assim, a inflamação intestinal parece ter papel fundamental nesse processo.


Cientistas estão cada vez mais voltando seu foco para identificar a importância do eixo intestino-cérebro do corpo humano e a relação entre as doenças inflamatórias intestinais e a neurodegeneração da doença de Parkinson.


Por exemplo, em um estudo publicado em 2018, essa hipótese foi levantada e posteriormente vários artigos foram publicados mostrando evidências dessa suspeita.


Mas nem tudo é motivo para desesperar

Se a maioria dos estudiosos encontrou relação entre essas doenças, principalmente em pessoas com mais de 60 anos, também foi observado que o bom controle das doenças inflamatórias intestinais também possibilita proteção para a pessoa minimizar o risco.


Por isso, gostaríamos de ressaltar a grande importância do acompanhamento, tratamento e controle adequado dos portadores de Retocolite Ulcerativa e Doença de Crohn.


Vale lembrar…

Conclusões precipitadas em medicina geralmente levam a necessidade de retratação posteriormente, então, gostaria de levantar alguns pontos importantes:


1. Estudos nem sempre são conclusivos

Os estudos estão em seu início e evidências não podem ser consideradas verdades absolutas. Em outras palavras, tanto as doenças inflamatórias intestinais quanto a doença de Parkinson são considerados problemas multifatoriais e de causa indefinida. Ou seja, muito se tem a aprender ainda.


2. Relação entre doenças nem sempre procede

Como os dois problemas podem ocorrer em diferentes épocas da vida, estabelecer relações pode ser complicado e incorrer em muitas variáveis de erro.


3. Tratamento das doenças inflamatórias intestinais é essencial

Independente do medo de alguma complicação após os 60 anos de idade, devemos sempre manter as doenças inflamatórias intestinais em remissão. Sabe-se que as consequências da manutenção da inflamação intestinal são muito mais danosas para o organismo durante a vida do paciente, com aumento de risco de câncer, insuficiência de órgãos e até a morte.


Conclusão

A palavra de ordem é CONTROLE. Para você que teve seu diagnóstico de doença inflamatória intestinal recentemente ou já está em acompanhamento, não deixe de manter suas consultas em dia e tomar suas medicações da maneira prescrita.


Até mais, pessoal!

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