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Gases: sintomas, sinais de alerta, exames e tratamentos

Na semana passada, escrevi pensando exatamente em quem sofre com gases e tem dúvidas sobre as flatulências. Agora, vou me dedicar a uma segunda parte sobre esse tema, buscando esclarecer melhor alguns problemas.


É importante saber que, em sua maioria, as pessoas eliminam gases sem qualquer sintomas, mas algumas sentem desconforto, que variam conforme o limite individual do próprio intestino, a quantidade de gases formada e sua localização no sistema digestório.


Principais sintomas dos gases


A seguir, confira algumas explicações sobre as mais diversas dúvidas sobre gases.


Eructação (“arroto”)


Esse está tradicionalmente ligado ao excesso de gases no estômago ou no início do intestino delegado. Está relacionado com a deglutição de ar ou bebidas gaseificadas.


Geralmente, o arroto é algo muito mais ligado ao constrangimento, isto é, a vergonha de soltar em público, do que com algum desconforto ou doença.


Distensão abdominal


Apesar de esse problema ser muito relacionado a excesso de gases, é raro que, em pacientes saudáveis, uma quantidade significativa de gases no trato gastrointestinal seja suficiente para distender o abdome.


Quando a distensão está ocorrendo e é comprovada por exames, é importante que o médico investigue causas orgânicas ou funcionais. No quadro abaixo podemos ver causas de distensão abdominal, com ou sem excesso de produção de gases.

Algumas explicações para gases e distensão abdominal
Algumas explicações para gases e distensão abdominal

Dor abdominal


O excesso de gases pode causar dor abdominal tipo cólica, com intensidade variável. O nível de desconforto depende de cada indivíduo.


Essa dor se manifesta com períodos de maior intensidade e, então, ocorrem intervalos assintomáticos, de 3 a 5 minutos, até que o flato seja liberado.


Flatulência, ou seja, gases


A flatulência é, claro, o sintoma mais comum para quem está com gases, percebendo, assim, o excesso de liberação de gases durante um período de tempo.


Sinais de alerta para gases


O médico que avalia pacientes com queixas de flatulência deve ficar atento a sinais e sintomas que podem ser relacionados a problemas mais graves.


Em outras palavras, a atenção deve ser redobrada quando a instalação de gases é abrupta ou quando há perda de peso, presença de sangue nas fezes ou sensação de “gás” no tórax.


Avaliação clínica e exames relacionados


Como a flatulência é um sintoma vago, o médico deverá fazer uma avaliação completa do paciente durante a consulta. Assim, será possível melhor direcionamento dos exames.


Em casos suspeitos de intolerância (como lactose e frutose), existem exames laboratoriais específicos. Além disso, poderá ser feita a pesquisa de supercrescimento bacteriano e de anticorpos para doença celíaca, especialmente em casos de diarreia.


Já exames de imagem e endoscópicos, além de avaliação para doenças inflamatórias, bem como câncer, precisam ser consideradas em pacientes com sinais específicos ou para aqueles com mais de 45 anos.


Tratamentos para gases


O espectro clínico da flatulência é bastante amplo, não é mesmo? Isto é, há diversas causas e interpretações. Então, quando identificadas as causas, elas devem ser tratadas conforme a recomendação do médico.


Por exemplo, a aerofagia (“engolir ar”) pode ser reduzida com o uso de gomas de mascar ou mesmo por meio de tratamento de distúrbios de ansiedade, consumo de bebidas gasosas para estimular o arroto, além de tratamento de doenças do trato digestivo superior, como úlcera péptica e gastrite.


Em caso de grande desconforto, podem ser indicadas terapias comportamentais, estimulando a abertura da boca, respiração diafragmática e minimização da deglutição podem ajudar.


Alimentação ajuda no controle de gases


Uma conduta muito comum para controlar gases é evitar alimentos fermentáveis, principalmente carboidratos e lactose, mas é importante que o médico estimule o paciente a se conhecer.


Ou seja, após um período de restrição, os alimentos devem ser reintroduzidos gradualmente na dieta, para se observar quais geram intolerância. Vale ressaltar que dietas ultrarrestritivas podem prejudicar a saúde a médio e longo prazo.


Alguns medicamentos


A simeticona, medicamento tradicional que rompe as bolhas de ar, pode propiciar alívio momentâneo dos sintomas. Mas sabe-se que o uso desses remédios, bem como dos agentes anticolinérgicos não geram benefícios efetivos.


Já o tratamento da dispepsia (desconforto abdominal) com antiácidos e baixas doses de antidepressivos pode ajudar a diminuir a hipersensibilidade visceral – ou melhor, do organismo como um todo.


Por sua vez, o odor dos gases pode melhorar com a ingestão de carvão ativado, mas ele pode corar a mucosa oral e diminuir a absorção de alguns nutrientes. No caso de supercrescimento bacteriano, o uso de antibióticos está indicado e os probióticos podem reduzir a distensão abdominal.


Não tente se automedicar


É importante lembrar que uma pessoa NUNCA deve tratar um sintoma sem a orientação de um profissional habilitado, principalmente se os sinais de alerta estiverem presentes.


A automedicação pode ser muito prejudicial ao organismo. Além de não tratar do problema em questão, pode levar a outros.


Espero que esse texto tenha ajudado a esclarecer mais questões sobre os gases!


Um grande abraço a todos nesta virada de ano, e desejamos a todos muita serenidade e resiliência.


Que venha 2021!

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