A presença de dobras de pele na região anal, o chamado plicoma anal, incomoda muitos brasileiros. E o constrangimento na hora de fazer o exame local, ou talvez o medo de imaginar que é um motivo fútil para procurar um médico, acaba afastando as pessoas da informação sobre o problema.
Ainda assim, restam as dúvidas:
Como se dá o aparecimento dessas pequenas dobras de pele no ânus?
Por que o plicoma anal pode ser mais incômodo que as hemorroidas?
Ao longo deste texto, vamos buscar esclarecer o assunto!
O que é plicoma anal?
Para entender melhor sobre o plicoma anal, primeiro temos que entender um pouco da anatomia do ânus. A pele que reveste essa região é bastante fina e delicada, chamada anoderma.
Quando algum tipo de agressão acontece no local – por exemplo, crise de hemorroida, fissura, abscesso, pequenos ferimentos e até esforço exagerado –, há um processo inflamatório e, por sua vez, um possível descolamento entre este tipo de epitélio devido ao inchaço ou por hematomas.
Com o tempo, o nosso organismo consegue reabsorver o inchaço e o sangue, mas a pele descolada muitas vezes permanece solta e não tem como voltar a sua posição inicial. Portanto, está formado o plicoma.
Tamanho do plicoma anal
O tamanho do plicoma anal varia muito e não segue um padrão, mas, quanto maior o processo inflamatório, maior será o plicoma resultante, geralmente. Esse também é o motivo pelo qual existe mais chance de desenvolver esse problema com base em:
Envelhecimento;
Após as gravidez e parto.
Quais são os sintomas comuns do plicoma anal?
Geralmente, o plicoma anal não apresenta sintomas, apenas a sensação de um excesso de pele, na hora em que o paciente se higieniza. Entretanto, alguns plicomas se tornam tão grandes que se tornam propensos a trauma, além de dificultar a higiene local ou ficar raspando na roupa íntima, o que pode gerar desconfortos como:
Sujidade na roupa íntima;
Inchaço e dor local;
Sangramento na região;
Devo ir ao médico por causa do plicoma?
Se a pessoa consegue visualizar o plicoma por meio de foto, espelho ou com ajuda de outra pessoa, e não tem dúvidas no diagnóstico, tudo bem, a avaliação de um médico pode não ser necessária.
O problema é que, às vezes, outros problemas de saúde podem gerar aspectos semelhantes e que enganam como: verrugas anais, papilas hipertóficas, hemorroidas, tromboses, infecções sexualmente transmissíveis e até câncer.
Por isso, pelo menos uma vez é melhor procurar uma ajuda especializada para ser melhor orientado.
Existe tratamento para plicoma anal?
Existe, sim, e a remoção cirúrgica com tesoura, cautério eletrônico ou até laser é, na maioria das vezes, fácil, rápida e pouco dolorosa.
Geralmente, conseguimos realizar esse procedimento coloproctológico com anestesia local, sedação e até com bloqueios locorregionais.
Quando tratar o plicoma?
É interessante debater um pouco os motivos pelos quais podemos realizar os procedimentos para correção desse problema.
Quando o paciente tem dor local, sangramento, inchaço ou dificuldade de higienizar, é fácil tratar, porque a ressecção do plicoma vai ajudar e muito na qualidade de vida. Por outro lado, quando o motivo é mais por estética, nem todos os especialistas terão opiniões semelhantes.
Sendo assim, colocarei aqui a minha opinião pessoal, baseada em minha experiência de mais de 20 anos de tratamento de problemas anais.
Toda vez que uma ferida no ânus é gerada, existe a possibilidade de formação de um novo plicoma. Então, a cirurgia para tratamento desse problema pode dar origem a outra pequena pele, mas que geralmente será menor e mais estética do que a anterior.
Outro fator importante é que alguns cirurgiões consideram a estética anal pouco importante, isto é, trata-se de apenas um órgão funcional. Eu discordo, visto que, além de o ânus ser considerado uma zona erógena, sabemos que o bem-estar da pessoa se dá por estar bem com seu corpo – e a estética contribui muito para isso.
Conclusão
Como conclusão desse assunto, considero que o plicoma anal é uma estrutura que pode gerar desconforto orgânico e psicológico para os pacientes. Por isso, deve ser considerado como tal, devendo seu tratamento ser definido em conjunto pelo médico e seu cliente.
Até mais, pessoal!
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