Na prevenção contra o câncer de intestino, a colonoscopia é uma ferramenta muito importante. Além da capacidade que o exame tem de ajudar no diagnóstico da doença, ele pode efetivamente prevenir a formação de tumores malignos, uma vez que detecta pólipos e, então, permite a remoção deles.
Como discutidos em posts anteriores, os pólipos intestinais são lesões benignas, mas que, em alguns casos, vão se transformar em câncer. Nesses casos mais especificamente, devemos ter atenção especial aos pólipos em que a biópsia apresenta o resultado de adenoma.
O adenoma é o pólipo em que há potencial de transformação maligna. Dependendo de sua composição, tamanho, aparência e quantidade identificada, ele pode ser considerado mais ou menos perigoso. Caberá ao seu médico fazer a interpretação disso.
Colonoscopia para identificar pólipos
Uma colonoscopia de qualidade significa que o exame é realizado com uma aparelhagem de alta definição, em boa condição de preparo, capaz de realizar a avaliação completa do intestino, bem como a remoção completa dos pólipos. Além disso, a colonoscopia deve ser realizada por profissional capacitado.
Com todos esses critérios sendo seguidos, podemos, então, considerar os intervalos de repetição da colonoscopia como válidos para a prevenção do câncer de intestino.
Mas, se o pólipo encontrado não for removido por algum motivo, o exame deverá ser repetido para sua remoção, em intervalo curto. Ou então, o paciente deverá ser encaminhado para tratamento indicado, caso a ressecção por colonoscopia não seja possível.
Quando repetir a colonoscopia
Quando a lesão é identificada e retirada completamente, existem orientações para frequência com que o exame deve ser repetido, conforme abordaremos a seguir.
É importante ressaltar que as orientações abaixo descritas são gerais e só podem ser avaliadas por profissional médico, após analise individualizada, caso a caso.
Então, confira as recomendações sugeridas pela Sociedade Europeia de Endoscopia Gastrointestinal.
1. Retirada de até quatro pólipos
No caso dos pacientes em que houve retirada de até quatro pólipos menores que 10 mm e que são considerados de baixo risco – pergunte ao seu médico o que significa isso –, o acompanhamento deve ser de maneira rotineira, com colonoscopia a cada 10 anos.
2. Mais que cinco pólipos
Quando a colonoscopia identificar pólipo maior que 10 mm ou mais de cinco pólipos ou de alto risco, o exame deve ser repetido após 3 anos.
3. Retirada de pólipo por fatiamento
Se a retirada de uma lesão maior que 20 mm for feita por fatiamento (mais de um fragmento), a indicação é que a colonoscopia seja repetida de 3 a 6 meses. Após essa primeira abordagem, um novo exame deverá ser realizado após um ano, para avaliar recorrência precoce.
4. Identificação contínua
Quando algum pólipo for identificado na colonoscopia que seguiu o exame anterior, ela deverá ser repetida em 3 anos.
5. Colonoscopia de acompanhamento
Quando a primeira colonoscopia de acompanhamento não encontra nenhum pólipo, a segunda deverá ser realizada em 5 anos e, depois, após 10 anos.
Maior risco de câncer de intestino
Nos casos especiais em que o indivíduo acompanhado tem risco aumentado para câncer de intestino, o paciente deverá realizar a colonoscopia nos intervalos de acordo com sua história clínica e familiar. Além disso, é essencial seguir as recomendações de seu médico.
Quando a colonoscopia é realizada nos intervalos corretos e a prevenção começa na época adequada, a chance de uma pessoa evoluir para um quadro de câncer é minimizada. Isso representa benefícios para o indivíduo e para todo o sistema de saúde.
Com qual idade procurar o coloproctologista?
Pessoas com mais de 45 anos devem procurar um coloproctologista para iniciar o acompanhamento. Mas é essencial procurar ajuda médica independentemente da idade, em caso de:
Câncer na família;
Doença inflamatória intestinal;
Sintomas de alerta, como sangue nas fezes, emagrecimento sem causa aparente ou alteração do hábito do intestino.
Lembre-se de que a prevenção é sempre o melhor remédio!