O repouso após cirurgias de intestino ou ânus é algo muito importante a ser considerado pelos pacientes. Na verdade, a palavra “repouso” é de uso comum, quando as pessoas falam de alguém que está em restabelecimento após um procedimento cirúrgico.
Talvez essa palavra representasse o cuidado necessário para uma pessoa enferma há muito tempo. Todavia, numa época em que discutimos a recuperação acelerada, controle avançado de dor, dieta precoce, definitivamente o repouso já tem outro sentido.
Entendendo o repouso
O nosso organismo entende que uma pessoa precisa de operação para melhorar. Ou seja, ele trata todo o processo cirúrgico como se fosse uma agressão e risco à vida.
Sem entender que essa é uma situação controlada, o corpo libera substâncias que visam dar energia imediata aos sistemas vitais, de maneira mais ou menos intensa, de acordo com o tamanho do procedimento.
E, assim, como o gasto de energia precisa ser reposto, começa um processo de convalescença, em que acontece a regeneração das reservas do corpo e a cicatrização de feridas.
Repouso é para restabelecer a energia
Com base na descrição acima, é desse momento de repouso que estamos falando.
Todo ser vivo tende a se recolher quando está ferido e, na verdade, isso é fundamental para a sobrevivência. Mas, até quando? Como saber em que ponto um indivíduo pode voltar a suas atividades sem prejudicar a evolução do tratamento?
Vamos tentar responder essa pergunta, mas, antes, é preciso conhecer alguns detalhes:
Qual é a extensão do trauma cirúrgico?
A dor pós-operatória está controlada?
A atividade a ser realizada pode ser danosa ao local operado?
As atividades físicas podem ser reiniciadas juntamente com as atividades da vida diária? Posso pegar peso?
Se a pessoa voltar ao dia a dia normal, terá como se cuidar direito?
Como é o repouso após cirurgia de intestino
Agora, falando mais especificamente sobre o repouso após cirurgia de intestino ou ânus, saber dos fatores acima ajuda demais no raciocínio – já que não existe fórmula pronta.
Em outras palavras, o tempo de liberação do paciente após cada cirurgia deve ser avaliado de maneira individualizada e, com os avanços da medicina moderna, até os profissionais de uma mesma especialidade podem discordar sobre o restabelecimento de um paciente.
Mas é importante saber: será que repouso absoluto é coisa do passado? Exceto em situações muito especiais, ficar em cima de uma cama, tomando uma canja de galinha é coisa de filme.
Movimentação no repouso após cirurgia de intestino
Atualmente, já sabemos que a mobilização precoce ajuda no controle da dor, do risco de infecções e de fenômenos embólicos. O paciente só não pode exagerar. A não ser que haja um risco específico para a pessoa, como quedas e desmaios, sair da cama e se movimentar deve ser estimulado.
Outro ponto é o controle da dor, reconhecendo a importante função de alerta desse sinal. Hoje se sabe que as terapias com mais de um medicamento analgésico acelera a recuperação e retorno do paciente.
Entretanto, quando falamos de medicações controladas, aí somente o médico, com avaliação caso a caso, pode indicar ou contraindicar, a adição de medicamentos – principalmente porque, com relação a derivados da morfina, é uma epidemia na qual muitas vidas são perdidas.
Parcimônia é a chave!
Retorno às atividades após cirurgia
Vamos falar um pouco sobre retorno às atividades diárias e físicas: quando discutimos sobre cirurgias no ânus, o fato de o paciente retornar ao trabalho geralmente não determina nenhum prejuízo na recuperação.
O problema é que no local de trabalho pode não haver um sanitário adequado, além de a posição da atividade não ser necessariamente favorável e a pessoa não poder se mover sempre que quiser. Outro ponto é que as medicações analgésicas nem sempre estarão acessíveis.
Além do mais, no caso das cirurgias intestinais, o processo é mais complexo, pois, além dos fatores já citados, há os riscos inerentes à extensão do procedimento operatório.
E as atividades físicas?
O fim do repouso após cirurgia de intestino e o retorno às atividades físicas dependem da prática não afetar o local operado, bem como o tempo de restabelecimento da resposta do organismo e risco de complicações.
As atividades físicas, além de usar a energia que o organismo está tentando recuperar, também podem estar associadas à chance de novos traumas. Isto é, não acelere além da conta, dê tempo ao tempo.
Não programe nada importante para logo depois do procedimento.
Tempo de repouso após cirurgia
Se os fatores listados acima forem considerados, a maioria dos pacientes vai melhorar rápido, e o retorno será precoce e natural. Abaixo listamos algumas cirurgias comuns, para que as pessoas saibam, em geral, quanto tempo de afastamento é necessário, em média, para o retorno às atividades de vida diária:
Hemorroidas, fistulas simples e fissuras: de 7 a 14 dias de repouso
Fistulas complexas, doença pilonidal, retocele (períneo): de 14 a 21 dias
Colectomias para doenças benignas: de 14 a 30 dias
Colectomias e cirurgias de abaixamento para doenças malignas: cerca de 21 dias, dependendo do caso
Lembrando que esses prazos são abordados de maneira generalizada e que cada caso deve ser avaliado de maneira individual. Em caso de complicações, tudo deve ser redefinido.
Esperamos ter ajudado. Até semana que vem!