Olá, pessoal! Mantendo as nossas conversas sobre prevenção de tumores de intestino, vamos discutir sobre o que é verdade ou não. Ao longo do texto, vamos falar sobre o que algumas pessoas acham que seria uma hemorroida, mas trata-se de um câncer no ânus.
Primeiramente, fiquem calmos! Apesar de falarmos desse tema com frequência, as hemorroidas não se transformam em tumores malignos.
Porém, o problema é a pessoa achar que tudo que sangra ou dói no ânus é hemorroida. Assim, vamos descomplicar, pois conhecimento leva à tranquilização.
Entenda as características do ânus
O ânus tem uma grande quantidade de vasos sanguíneos e, considerando que ele está em constante movimentação durante o ato evacuatório – e que ele precisa relaxar para permitir a passagem das fezes e contrair para manter a continência –, a área apresenta grande possibilidade de traumatismo.
Em outras palavras, qualquer ferimento na região pode sangrar, mesmo que não existam sintomas de doença hemorroidária. Sendo assim, uma evacuação mais endurecida, uma limpeza mais vigorosa ou fezes mais ácidas podem concorrer com sangue em volume variável no papel higiênico, sanitário ou roupa íntima.
Em posts anteriores, é possível que vocês se informem também sobre as hemorroidas e por que elas sangram.
Como diferenciar hemorroidas de câncer no ânus?
Quando o problema é um câncer no ânus, é possível diferenciar o tipo de manifestação? A palavra-chave é depende. Infelizmente, a maioria dos tumores tem seu crescimento silencioso, e os sinais de crescimento são discretos ou ausentes no começo.
Mas existem maneiras de começar a ficar mais bem orientado. Antes de falar sobre as particularidades, é fundamental saber de onde vêm os sintomas das neoplasias malignas e por que elas começam a dar sintomas de maneira mais tardia.
Características do câncer no ânus
Como estamos falando sobre as lesões localizadas no canal anal, fiquem sabendo que as características das estruturas locais são diferentes do ponto de vista de origem embrionária, – isto é, o que leva ao surgimento de diferentes tipos de cânceres e evoluções que não seguem a conhecida sequência de pólipo (benigno) até carcinoma (maligno), como o câncer no reto e cólon.
Ou seja, a maioria dos casos localizados na região do ânus tem origem em células de pele, já evoluindo de lesões pré-malignas para cânceres, principalmente associados a infecção pelo vírus do papiloma humano (HPV).
Mas devemos lembrar que esses tumores são raros e sempre que detectados precocemente, tem grande taxa de cura.
Como prevenir o câncer no ânus?
O que podemos fazer para prevenir, detectar precocemente e chegar à cura do câncer no ânus?
Apesar de existirem sintomas específicos que ajudam o médico a raciocinar e pensar em câncer do canal anal, a medida mais efetiva é a avaliação médica preventiva e a vacinação.
Hoje, o Ministério da Saúde possui um programa de prevenção contra a infecção pelo HPV, que efetivamente diminui a incidência de câncer de colo de útero, pênis, vagina, orofaringe e canal anal.
Aliado a isso, a consulta de orientação com o profissional coloproctologista ajuda a orientar sobre medidas eficazes, como uso de preservativo e avaliação clínica de lesões suspeitas, mesmo que sem sintomas.
Sintomas do câncer no ânus
Mas, infelizmente, existem pessoas que vão desenvolver lesões tumorais, que vão começar com sintomas leves no início, como:
Feridas no ânus que não cicatrizam;
Sangramento;
Dor progressiva;
Pus ou muco no ânus;
Caroço no ânus;
Alterações do hábito evacuatório.
Como essas queixas são comuns, se o achado for isolado e não persistir, provavelmente não se trata de uma neoplasia maligna. Por outro lado, se o processo se tornar persistente ou for se intensificando com o tempo, é melhor não ficar em casa achando que é uma hemorroida.
Sem tabu com exames médicos
Todas as pessoas precisam desmistificar o tabu da consulta com o coloproctologista. Esse profissional é capaz de realizar ações preventivas, assim como as já conhecidas especialidades de ginecologia, urologia e cardiologia. O acompanhamento de rotina pode salvar muitas vidas.
Vale lembrar que está incorreto o conceito de que o indivíduo que realiza a colonoscopia está protegido contra o câncer no ânus. O exame colonoscópico permite a avaliação do cólon, reto e eventualmente a porção final do intestino fino. Ou seja, a avaliação do canal anal não é feita de rotina, nem é adequada com o uso desse aparelho, o que pode gerar uma falsa sensação de segurança.
Assim, o exame no consultório é complementar e deve ser realizado pelo menos uma vez na primeira consulta e posteriormente, de acordo com a necessidade e indicação clínica.
Fiquem sempre atentos a novidades!
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